Nam myoho rengue kyo*

Passei uma semana e meia com uma amiga num Instituto Científico, por alta recreação e com devida autorização...no intuito de cinzelar e colmatar o nosso background...

Ela, que se chama TM, pos-me logo a par de quem era quem...quem fazia o quê...que trabalho era desenvolvido em que laboratório...e apresentou-me ao longe...apontando para uma figura alta e entroncada...a sua fonte de inspiração e deleite visual...
Em mimese, mostrou-me como ele falava e colocava a voz....
Tinha os sentidos inebriados a TM....

Quando lhe perguntei o porquê...de não me ter apresentado o seu Adónis....e ter optado por uma indicação à distância...respondeu-me que o tinha feito por segurança....já que perto dele...se contorcia em atrapalhação e fazia sempre figura de tonta....sem o ser!

Ela não brincava....!

Ao 4to dia da jornada....e na senda de umas fotocópias, dirigi-me à sala das máquinas, na peugada de uma xerox...e reparo que esta está a ser usada pelo cientista objecto de afeição de TM.
Engajámos numa conversa, acerca dos meus e dele whereabouts a nível de carreira, o que me trazia ao instituto...e minutos avançados após este início de conversa, TM entra de rajada na sala com um dossier carregado pronto à cópia...

Estacou à ombreira, comprimindo o dossier fortemente contra o peito...balbuciou um "Bom Dia!" acanhado...e teve como resposta do tipo um "Boa Tarde!!!!" correctivo e gozão...
A TM virou escarlate e não se mexeu...

Pensei que se a puxasse a mim...e a tirasse do spotlight da sala....tudo se iria compor...e não a perderia com uma qualquer arritmia...
Executei o pensado! Em vão...e onde eu a fui colocar com o puxão....só reparei depois....:/

O tipo pergunta-lhe se ela vai fotocopiar o dossier todo.... e a TM, no atrapalho da resposta muda, dá um chuto reflexo para o lado, embatendo na base de uma trave grossa de contraplacado arrumada e apoiada em altura contra a parede da sala....
Nisto a trave roda sobre si própria no apoio...e inicia uma queda livre em ângulo recto cingido à parede...por trás de nós...

Só tive tempo de lhe deitar a mão direita na minha rectaguarda....impedindo-a de estrondar no chão....
Mas a força requerida era demais para mim...ocorreu-me então...empurrar com a outra mão, o dossier que estava contra o peito da TM, para que esta, no seguimento da pressão...rumasse à rectaguarda...e com as costas apoiasse parte do peso livre da trave...

Isto foi cena à Woody Allen!....O tipo imóvel, a olhar para nós com ar de curioso a uma espécie extinta...e nós agarrados à vida e ao décor qual Atlas...numa posição ridícula...

O tipo...sai pianinho porta fora...sempre com o fito em nós....e na cena...e na trave semi-suportada....! Levou com ele aquele ar que se faz, quando nos deparamos com gente muito estúpida a fazer algo ainda mais ridículo...(Tipo Fernando Mendes e o Preço Certo!)

Eu ainda delineei um trejeito como que a dizer "É só ela que é assim...eu não! Eu nem trabalho cá"....Mas o meu acessório ao drama desmentia-me!

Soma e segue: Contou-me mais tarde a TM que ao vê-lo entrar no laboratório partira um recipiente de vidro com a emoção do embate focal...


*Calma...dai-me calma!!!


PS: Desculpem lá ter apagado o post anterior de teste, mas não gostei mesmo do efeito do Writer...:/